
Não sei se esperavas que eu descesse pela chaminé...
...mas sabes que o negro não me suja por fora...
...se é uma Noite Feliz quero-me é branco sujo de imãColado á pele
Por isso, espera-me...
...a descer vertiginosamente pelo teu pescoço...
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...(ex)comungados no (re)canto da tua lareira...
..onde o fogo crepita de inveja das nossas chamas...
...sem meias e sem medidas...
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...onde só cabe o Presente dos nossos desejos
Naquele (en)canto...
...abraçar-te, juntar a minha boca à tua em busca da língua. ..
...embaraçar os teus cabelo nos meus dedos...
...olhar-te...tocar-te o rosto... teus traços a palmillhar
Sentir-te no pulsar do teu sexo...
...nas coxas, nas nádegas, na cintura, no peito, nas costas, no ventre...
...despir-te sem vagar, desabrochar a língua em cada pedaço teu
Demorar-me no trajecto do teu corpo...
...viajando para o mais intimo e longínquo do teu ser...
...o prensar-te na parede...o rebolar no chão...na fome, revirar-te (n)a mesa...
...numa viagem de tão longa...Como De(s)TiNu decerto de (in)certo
Abocanhar-te, roçar-me, dilacerar a pele por prazer...
...por desejos (in)contidos...por vontade expressa...urgente...
...os lábios, a língua, a saliva ácida embebida em sucos de (v)u(l)va...
...in vino veritas...o teu sabor em mim
É sermos delírios, suor e prazer, extase...
...desejos gritantes, tesão...
... verso e o reverso de uma mesma pele...
...direito e o avesso de um fa(c)to de conso(l)ada
Ser cavalo de pau a balançar desembrulhado...
...seres balanço a arrepiar EnVergaDura dos sentires...
...no meu regaço deslizando devagar, és Vénus...
...corpo celeste,molhado, procurando o sol no centro de mim..
...em rotaçao no eixo em que não se pode esperar mais
Movimentos de translação vigorosos ou vagarosos...
...o descontrolo e o desapego...
...és supernova prostrada antes da explosão de estrelas...
...sou via lactea que cruza tua boca, seios e ventre...
...somos a libertação cósmica nos rastos de um cometa
O desprender dos gemidos...corpos entrelaçados e cansados...
...os sentidos achados e perdidos, gritando os nossos nomes...
... numa noite de exigente silêncio sacro...
...quebrado apenas pelos sons seculares de posse e entrega
E nós ...
...recomeçamos tudo de novo com aquela pressa...
...como quem não quer que a noite termine...
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